Os Impactos da Pandemia no Valor da Propriedade


No decurso do mês passado, a TOTE SER documentou os impactos da pandemia no mercado imobiliário. Entre muitos altos e baixos, mercados e oportunidades emergentes, riscos associados e uma infinidade de novas tendências, é justo dizer que o setor imobiliário contribuiu para uma série de opiniões mistas nas várias fases e calibres de investimento. Resta ainda, no entanto, falar dos preços. De que forma foram afetados? Como é que mercado está a reagir por todo o país? Qual a opinião dos investidores sobre estas incertezas? Nesta semana, realizámos uma investigação sobre este assunto, tentando fornecer aos nossos leitores uma visão clara do mercado e, portanto, mostrando qual é a situação atual.

O contraste imobiliário de Portugal é bastante alto, o que significa que distritos como Lisboa e Porto registam números consideravelmente diferentes do resto do país. Segundo o Imovirtual, um dos principais sites de listagem de imóveis, um artigo divulgado este mês revelou que o preço médio dos imóveis à venda em Portugal era de 359.497€ em maio de 2020, tendo caído -0,8% no mês anterior. Isto é particularmente interessante, uma vez que a queda calculada deste setor no meio da pandemia era muito maior. O distrito que registou o maior crescimento foi Vila Real (4%), resultando num preço médio de propriedade de 182.160€, no entanto, está longe de ser um dos locais mais caros para comprar um imóvel – essa posição está reservada a Lisboa, com uma média de 592,709€. Contudo, Lisboa sofreu uma queda de 0,7% em relação ao mês anterior.

Porto

Foto do Porto por Homero Lacerda em Unsplash

O estudo também concluiu que Lisboa foi o segundo distrito com a maior variação média de preços dos imóveis anunciados, tendo registado um aumento percentual de 18%, de 502.033€ em maio de 2019 para 592.709€ em maio de 2020. Lisboa provou ser o distrito mais caro para comprar uma casa, enquanto Castelo Branco continua a ser o distrito mais barato.

Agora, é importante questionar a precisão desses números - apesar de vir de uma fonte segura, a TOTE SER teve uma experiência bastante diferente da documentada pelo Imovirtual. Tendo apartamentos em várias áreas de Lisboa, notámos uma grande queda na procura de imóveis para aluguer. Isto é algo expectável, uma vez que o turismo tradicional e o turismo residencial estão num all time low, no entanto, para combater os impactos provenientes desta queda, os preços tiveram que ser reduzidos significativamente. A TOTE SER, tal como muitas outras empresas imobiliárias, sentiram a mesma coisa, o que revela que as estatísticas otimistas do Imovirtual podem não ser tão precisas no final de contas.

Edifício do Porto

Fotografia por Ricardo Resende em Unsplash

Mas e em termos de aquisição de imóveis? De acordo com a nossa experiência, os preços permaneceram praticamente os mesmos, embora a procura tenha sido muito baixa. A inflação característica de Lisboa resultou em mudanças muito pequenas nos preços, na maioria dos casos nem foram afetados. Além disso, alguns fatores externos também estão a desempenhar um papel importante - o número de reservas para este verão mostrou um enorme interesse por parte dos turistas em voltar a Portugal; por outro lado o facto de Lisboa ter sido eleita como local da final da Liga dos Campeões tem também um enorme impacto. Olhando para esta conjuntura, é difícil acreditar que estamos realmente no meio de uma pandemia.

É difícil contabilizar os impactos resultantes da pandemia - tanto a oferta como a procura não registaram grandes diferenças. Muitos especialistas, no entanto, acreditam que o pior ainda está por vir. Como o setor não está a mostrar sinais de abrandamento, é seguro afirmar que o tempo para investir pode muito bem ser agora, já que as poucas, porém seguras quedas de preço nas propriedades são uma boa oportunidade para fazer movimentos seguros e lucrativos. A TOTE SER também acredita que não haverá um impacto significativo no setor, o que significa que a estabilidade característica associada a esses mercados não será ameaçada.