A Forma Como a Covid-19 Revolucionou o Mercado Imobiliário
O impacto mundial da Covid-19 está longe de terminar. Isto foi algo que nos estágios iniciais da pandemia era altamente desvalorizado. O senso comum em Março debruçava-se mais sobre os impactos imediatos: a queda abrupta do consumo, de que forma os setores de comércio e retalho seriam afetados, e também de que forma isto impactaria a nossa vida no quotidiano. Em julho, o panorama é bem diferente. Muitos setores concluíram já que a pandemia tornou-se uma “ponte” para uma revolução na maneira como a comunicação, a tecnologia e a funcionalidade serão feitas a nível da produção.
A pandemia trouxe um novo conceito de distância e união. O distanciamento social é a principal prioridade a partir de agora, uma vez que é uma das principais formas de mitigar a propagação do vírus. Agora, apesar das pessoas terem que cumprir este distanciamento, pôde-se observar que a união não foi comprometida - é aqui que a tecnologia entra em cena. Cada vez mais vemos relatórios de trabalhadores e empresas de todo o mundo que, embora estejam a trabalhar em casa, admitem parecer que estão sentados ao lado da sua equipa. Plataformas como o Zoom e o Skype redefiniram a forma de como o trabalho é efetivamente feito, e em muitos casos resultou numa metodologia de trabalho mais esquemática, eficiente e produtiva do que antes. Esta conjuntura fez-nos concluir que os espaços de trabalho tradicionais não são já tão necessários como antes – o conforto da nossa casa bem preparada e projetada para o efeito, juntamente com os computadores e plataformas altamente capazes fornecem-nos todas as ferramentas que necessitamos para comunicar e sermos bem-sucedidos, o que se traduz numa mudança revolucionária relativamente ao dia-a-dia tradicional de todos nós.
Foto por Dylan Ferreira em Unsplash
Esta mudança está, portanto, sujeita a novas estratégias de vendas, gestão de recursos humanos, produtividade, velocidade de serviço e qualidade de vida. É precisamente por isto que todos os setores e indústrias precisam de descobrir como aproveitar esta oportunidade. Empresas como a Uber Eats e a Netflix estão neste momento a nadar em rios de dinheiro; isto porque a conjuntura atual resultou nas pessoas ficarem muito mais tempo em casa, deixando-as renderem-se ao entretenimento remoto e também substituindo o hábito de fazer uma refeição fora ao pedir através de uma app. O ponto crucial aqui é que as nossas casas tornaram-se muito mais do que o simples sítio onde vivemos, dormimos e permanecemos menos tempo. Elas tornaram-se o nosso escritório, o nosso principal local de entretenimento, o nosso local de conforto e, acima de tudo, onde passamos a maior parte do nosso tempo.
O setor imobiliário é, assim, obrigado a seguir esta nova tendência. Tendo conversado com muitos dos nossos investidores, é claro que, apesar do investimento comercial e de retalho terem-se ressentido mais ou menos (enquanto os ativos de hotéis estão a receber uma abordagem um pouco receosa), os ativos residenciais e logísticos estão se a tornar um dos principais tipos de ativos nos quais investir.
De acordo com a empresa de estatística americana OptinMonster, “as compras on-line estão a crescer tão rapidamente que o tamanho do mercado global de compras on-line deve atingir 4 triliões de dólares em 2020. E somente nos EUA, estimam ter 300 milhões de compradores on-line em 2023. Portanto, até agora, 69% dos americanos compraram on-line e 25% dos americanos compram on-line pelo menos uma vez por mês. A maioria (59%) desses compradores comprou peças de vestuário e 47% fizeram a sua primeira compra na Amazon. Mas os americanos não são os únicos a fazerem compras on-line. Pessoas de todo o mundo começam já a assimilar os benefícios deste método de compra. De acordo com a Invesp, os países que lideram as médias de compras por eCommerce são: EUA (US$ 1.804), Reino Unido (US$ 1.629), Suécia (US$ 1.446), França (US$ 1.228), Alemanha (US$ 1.064), Japão (US$ 1.064), Japão (US$ 968), Espanha (US$ 849) , China (US$ 626), Rússia (US$ 396) e Brasil (US$ 350).
Agora, todas estas empresas precisam de ter o stock pronto para envio, razão pela qual o investimento em logística é uma tendência tão grande atualmente. Localização, área e acessibilidade são as três principais prioridades destes ativos. Isto, combinado com a crescente exigência de curtos prazos de entrega e serviços rápidos, resultará certamente no desenvolvimento de muitos outros parques logísticos.
E quanto aos ativos residenciais? Sendo umas das nossas expertises, a TOTE SER está a sentir, por parte dos investidores, um interesse cada vez maior em empreendimentos habitacionais altamente funcionais, confortáveis e versáteis. Ao longo dos últimos três meses, a JLL Real Estate declarou que houve um aumento de 23% nas pesquisas de casas com terraços. A necessidade de espaços exteriores nas nossas casas está se a tornar cada vez mais uma das coisas que certamente alcançarão uma valorização futura considerável. Por outro lado, a versatilidade em relação à otimização do espaço é também uma grande prioridade - uma cozinha simples pode ser um local para cozinhar e fazer uma refeição, mas também funcionar como uma sala de reuniões ou um escritório altamente funcional durante o dia. O conceito tradicional de otimização, que é a nossa especialidade, está agora a ser ainda mais valorizado. Isto porque para além do valor por metro quadrado ser caro, a componente de versatilidade a nível funcional e de alto conforto e bem-estar é uma prioridade crescente. A automação residencial está também a tornar-se uma grande tendência no desenvolvimento residencial, isto porque traz uma nova sensação de conforto, acessibilidade e controlo sobre as nossas casas.
A necessidade de espaços onde nos sentimos bem, combinando estética e funcionalidade, é maior do que nunca. A questão aqui é que nosso sucesso será ditado pela forma como nos adaptamos a essas novas mudanças, melhorando toda a nossa experiência em proporcionar o máximo de bem estar para os nossos investidores e obtendo rapidez e valores mais elevados de venda dos seus empreendimentos.