Estará o Amor dos Investidores por Ativos Comerciais a Acabar?


Na TOTE SER temos documentado os impactos da pandemia nos últimos três meses e como tem afetado o setor imobiliário. Desde flutuações de preços, mudanças na procura e cada vez mais exigências por parte dos investidores, o setor imobiliário como o conhecemos mudou definitivamente. Nesta semana, mediante as aberturas e encerramentos contínuos de vários estabelecimentos e à incerteza geral do curso económico, decidimos investigar de que forma os ativos comerciais estão a ser afetados pela pandemia e se o inegável amor dos investidores por este tipo de investimento foi de facto comprometido.

Severe Pandemic, a Protracted Economic Slump, and Commercial Real Estate Forecast Scenarios da Moody's Analytics no Vimeo.

O Covid-19 trouxe desde então uma nova noção de incerteza e instabilidade à economia. Parece que todas as semanas existem novas medidas publicadas para reabrir restaurantes, cafés e bares ou fechá-los devido ao aumento de casos de infeção. É também importante dissecar estas medidas de abertura, que percebem um tempo de trabalho de cerca de 70% menor do que costumava ser: os restaurantes são permitidos abrir em horários limitados, para além do número de lugares ter reduzido substancialmente, e bares/cafés veem o seu horário de encerramento ser encurtado em 2 ou 3 horas. Apesar do consenso geral de que estes estabelecimentos precisam de compensar as despesas de mais de 2 meses de quarentena, os governos estão a adotar uma abordagem questionável para as indústrias comerciais. Muitos acreditam que onde mudanças são efetivamente necessárias, como por exemplo relativamente a aglomerados de pessoas em parques e praias, estão atualmente a ser desvalorizadas – enquanto coisas aparentemente inofensivas, como jantar num restaurante ou ir tomar um café, são vistas por parte das autoridades governamentais como uma prioridade de topo. O que sabemos é que isto contribui para uma decisão difícil por parte dos investidores em relação aos ativos que se destinam ao comércio e serviços.

De acordo com um gráfico da Statista, comparando os principais rendimentos comerciais ao longo de um ano no Reino Unido, podemos ver claramente que, apesar de terminar em março (sendo ainda o início da pandemia), o investimento comercial já apresentava sinais claros de incerteza com aumentos percentuais muito pequenos.

Gráfico rentabilidades prime por imóveis

(Fonte: Statista.com)

Após março, estas estatísticas caíram bruscamente, atingindo perto de 1% / 2% nos Parques de Lazer, Centros comerciais e Comércio de Rua até junho. Uma vez que a solução não está nas nossas mãos, podemos apenas lamentar a situação das empresas, proprietárias e gestoras que inevitavelmente enfrentam tempos difíceis. No entanto, o mercado como o conhecemos tem uma instabilidade inerente, o que significa que sempre haverá setores que beneficiam de uma determinada conjuntura e outros que serão impactados negativamente por ela.

Na TOTE SER, fomos forçados a explorar as oportunidades de qualquer momento e situação, e foi por isso que conseguimos sobreviver a várias crises ao longo de 30 anos. O investimento comercial é para riscar agora, como vimos, mas será mesmo? Ou será o momento de adquirir ativos operacionais a preços atraentes e usar o reinício da economia como uma alavanca? Tendo partilhado a nossa preocupação e experiencia no mercado com muitos dos nossos investidores para que possamos ter uma melhor noção de estratégia de investimento e como se irá desenrolar até o final de 2020/21, concluímos que o importante é sermos muito mais criteriosos, sabendo analisar as características de cada imóvel assim como antecipar os novos comportamentos dos seus utilizadores. Assim os nossos investidores cujo core se baseia em ativos comerciais sofreram obviamente com a conjuntura atual e estão também a olhar para outros mercados que possam render, nomeadamente residencial. Concluímos portanto que esta pode ser de facto a altura de investir em ativos estratégicos.

Restaurante em Lisboa

Fotografia por Petr Sevcovic no Unsplash

Um artigo do The Inquirer descreve ainda mais a mentalidade real de um investidor sobre as dificuldades da pandemia:

O CEO Mehrdad Moayedi, da Centurion American Development Group, disse que tem várias compras importantes agendadas para fechar em breve e está à procura de mais. "A única vez em que realmente ganhamos dinheiro a sério é nos maus momentos", disse Moayedi. “Quando os tempos são bons, todos tentam comprar. Os preços dos imóveis ficaram tão altos nos últimos anos que mal se podia ganhar dinheiro. ” Moayedi disse que acabou de comprar uma terra que perseguia há quatro anos. "O indivíduo não cedia no preço e finalmente fê-lo.", disse. Os investidores imobiliários, por natureza, são otimistas com o futuro, portanto não foram afastados pela pandemia.

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